Pastor Silas Malafaia: A Verdade Sobre o 2º Turno das Eleições 2010
: : : Via Quebrando o Encanto do Neo-Ateísmo : : :
Nessa técnica, ao apresentarmos argumentos a favor da existência de Deus ou discutirmos alguma aspecto de sua característica filosoficamente, o neo-ateu tenta barrar a discussão com um “Mas de qual Deus você está falando?”. Às vezes vem com a bizarra pergunta “Qual Cristo?”, seguida de alguma constatação feita em cima do mais bizarro ainda documentário Zeitgeist.
Normalmente ocorre mais ou menos assim:
- NEO-ATEU: Não existem argumentos para a existência de Deus. Se existir, me prove.
- REFUTADOR: Claro que existem. Por exemplo, o argumento da causa primária, o argumento Cosmológico Kalam, o argumento fine-tuning, o argumento moral e muito mais.
- NEO-ATEU: Ok, ok. Está certo. Mas de qual Deus você está falando? Krishna, Zeus, Thor, Isis ou Alá? hehehe
Temos que investigar essa técnica. Vamos utilizar o mesmo método de pesquisa que usava Aristóteles, que é o de análise da linguagem (como o neo-ateísmo é um movimento de base epicurista – ver aqui – que é o oposto do aristotelismo e do cristianismo, pois esses são voltados à busca da VERDADE, pode ser que ele não goste, já pela filosofia de Epicuro o mais coerente é decidir nossas crenças pelo EFEITO PSICOLÓGICO produzido pela escolha).
Para desmascarar a confusão, precisamos descobrir os sentidos dos termos:
- (1) Deus (com inicial maiúscula):
- (2) divindade;
A palavra “Deus”, grafada com inicial maiúscula, que indica nome próprio, refere-se a uma divindade com padrão específico, que é ser “infinito” e existir além do espaço-tempo. Já a palavra “divindade” que tem o mesmo sentido de “deus” (com minúsculo), refere-se a qualquer ser que tenha natureza divina, incluindo-se aí seres menores e finitos como Thor, Zeus, etc.
Embora Isis ou Osiris sejam divindades, não tem o mesmo padrão do que chamamos de “Deus”. Quando apresentamos argumentos filosóficos a favor de “Deus”, estamos a falar de um padrão ESPECÍFICO desse ser “infinito” e externo à matéria, não de qualquer divindade “random”.
Em resumo: embora “Deus” seja, normalmente, definido como uma divindade, nem toda divindade é “Deus”. É um truque bobinho e facilmente desmascarável.
Já para Alá, não há diferença alguma. “Alá” ou “Allah” é somente a palavra usado por árabes para se referir à Deus. Perguntar se é “Deus” ou “Allah” é tão lógico quanto perguntar se estamos apresentando argumentos para “God” ou “Dios”.
Talvez ele tente ainda “Mas a Bíblia e o Alcorão discordam sobre algumas ações de Deus”.
Essa é a técnica de Inversão de Planos (filosófico e teológico).
Quando estamos falando de argumentos filosóficos, estamos falando de características OBJETIVAS sobre esse ser. A discordância entre judeus, cristãos, muçulmanos e deístas se dá apenas no plano teológico, referentes apenas à aspectos subjetivos sobre a revelação, que devem ser analisados em um plano diferente do qual foi feita a apresentação dos argumentos para existência de Deus (ex. deístas acreditam que Deus nunca se relacionou com os humanos, muçulmanos acham que Maomé é o profeta, etc.). O ponto é que essa discordância sobre revelação não altera o objeto discutido. O fato de duas filhas divergirem sobre qual o emprego do pai, por exemplo, não faz elas estarem se referindo a duas pessoas diferentes, não é mesmo?
A refutação pode ir assim:
- NEO-ATEU: Não existem argumentos para a existência de Deus. Se existir, me prove.
- REFUTADOR: Claro que existem. Por exemplo, o argumento da causa primária, o argumento Cosmológico Kalam, o argumento fine-tuning, o argumento moral e muito mais.
- NEO-ATEU: Ok, ok. Está certo. Mas de qual Deus você está falando? Krishna, Zeus, Thor, Isis ou Alá? hehehe
- REFUTADOR: A palavra “Deus” refere-se a um padrão específico de um ser que, por definição, existe além da realidade. Thor, Zeus e Isis são divindades menores que não encaixam no padrão sugerido dos argumentos. Já “Alá” é a palavra usada pelos arabes para se referir ao que chamamos de “Deus”. Filosoficamente, não há diferença alguma no que estamos falando. Arranje algo melhor.
Conclusão
Técnica facilmente refutável. Basta lembrar que “Deus” é um nome próprio que se refere a uma divindade específica com um padrão específico – chamada pelos islâmicos de “Allah” – que não se encaixa nos deuses menores politeístas.
(*) Esse texto será revisado.
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 18 de março de 2009
Se há um Deus onipotente, onisciente e onipresente, é óbvio que não podemos conhecê-Lo como objeto, ou mesmo como sujeito externo, mas apenas como fundamento ativo da nossa própria autoconsciência, maximamente presente como tal no instante mesmo em que esta, tomando posse de si, se pergunta por Ele. Tal é o método de quem entende do assunto, como Platão, Aristóteles, Sto. Agostinho, S. Francisco de Sales, os místicos da Filocalia, Frei Lourenço da Encarnação ou Louis Lavelle.
Quando um Richard Dawkins ou um Daniel Dennett examinam a questão de um “Ser Supremo” que teria “criado o mundo” e chegam naturalmente à conclusão de que esse Ser não existe, eles raciocinam como se estivessem presentes à criação enquanto observadores externos e, pior ainda, observadores externos de cuja constituição íntima o Deus onipresente tivesse tido a amabilidade de ausentar-se por instantes para que pudessem observá-Lo de fora e testemunhar Sua existência ou inexistência. Esse Deus objetivado não existe nem pode existir, pois é logicamente autocontraditório. Dawkins, Dennett e tutti quanti têm toda a razão em declará-lo inexistente, pois foram eles próprios que o inventaram. E ainda, por uma espécie de astúcia inconsciente, tiveram o cuidado de concebê-lo de tal modo que as provas empíricas da sua inexistência são, a rigor, infinitas, podendo encontrar-se não somente neste universo mas em todos os universos possíveis, de vez que a impossibilidade do autocontraditório é universal em medida máxima e em sentido eminente, não dependendo da constituição física deste ou de qualquer outro universo.
Se você não “acredita” no Deus da Bíblia, isso não faz a mínima diferença lógica ou metodológica na sua tentativa de investigar a existência ou inexistência d’Ele, quando essa tentativa é honesta. Qualquer que seja o caso, você só pode discutir a existência de um objeto previamente definido se o discute conforme a definição dada de início e não mudando a definição no decorrer da conversa, o que equivale a trocar de objeto e discutir outra coisa. Se Deus é definido como onipotente, onisciente e onipresente, é desse Deus que você tem de demonstrar a inexistência, e não de um outro deus qualquer que você mesmo inventou conforme as conveniências do que pretende provar.
O método dos Dawkins e Dennetts baseia-se num erro lógico tão primário, tão grotesco, que basta não só para desqualificá-los intelectualmente nesse domínio em particular, mas para lançar uma sombra de suspeita sobre o conjunto do que escreveram sobre outros assuntos quaisquer, embora seja possível que pessoas incompetentes numa questão que julgam fundamental para toda a humanidade revelem alguma capacidade no trato de problemas secundários, onde sua sobrecarga emocional é menor.
Longe de poder ser investigado como objeto do mundo exterior, Deus também é definido na Bíblia como uma pessoa, e como uma pessoa sui generis que mantém um diálogo íntimo e secreto com cada ser humano e lhe indica um caminho interior para conhecê-La. Só se você procurar indícios dessa pessoa no íntimo da sua alma e não os encontrar de maneira alguma, mesmo seguindo precisamente as indicações dadas na definição, será lícito você declarar que Deus não existe. Caso contrário você estará proclamando a inexistência de um outro deus, no que a Bíblia concordará com você integralmente, com a única diferença de que você imagina, ou finge imaginar, que esse deus é o da Bíblia.
Quando o inimigo da fé faz um esforço para ater-se à definição bíblica, ele o faz sempre de maneira parcial e caricata, com resultados ainda piores do que no argumento da “criação”. Dawkins argumenta contra a onisciência, perguntando como Deus poderia estar consciente de todos os pensamentos de todos os seres humanos o tempo todo. A pergunta é aí formulada de maneira absurda, tomando as autoconsciências como objetos que existissem de per si e questionando a possibilidade de conhecer todos ao mesmo tempo ex post facto. Mas a autoconsciência não é um objeto. É um poder vacilante, que se constitui e se conquista a si mesmo na medida em que se pergunta pelo seu próprio fundamento e, não o encontrando dentro de seus próprios limites, é levado a abrir-se para mais e mais consciência, até desembocar numa fonte que transcende o universo da sua experiência e notar que dessa fonte, inatingível em si mesma, provém, de maneira repetidamente comprovável, a sua força de intensificar-se a si próprio. Dez linhas de Louis Lavelle sobre este assunto, ou o parágrafo em que Aristóteles define Deus como noesis noeseos, a autoconsciência da autoconsciência, valem mais do que todas as obras que Dawkins e Dennett poderiam escrever ao longo de infinitas existências terrestres. Um Deus que desde fora “observasse” todas as consciências é um personagem de história da carochinha, especialmente inventado para provar sua própria inexistência. Em vez de perguntar como esse deus seria possível, sabendo de antemão que é impossível, o filósofo habilitado parte da pergunta contrária: como é possível a autoconsciência? Deus não conhece a autoconsciência como observador externo, mas como fundamento transcendente da sua possibilidade de existência. Mas você só percebe isso se, em vez de brincar de lógica com conceitos inventados, investiga a coisa seriamente desde a sua própria experiência interior, com a maturidade de um filósofo bem formado e um extenso conhecimento do status quaestionis.
O que mata a filosofia no mundo de hoje é o amadorismo, a intromissão de palpiteiros que, ignorando a formulação mesma das questões que discutem, se deleitam num achismo inconseqüente e pueril, ainda mais ridículo quando se adorna de um verniz de “ciência”.
“Lendo o ‘Catecismo da Igreja Católica’, pode-se captar a maravilhosa unidade do mistério de Deus, do seu desígnio de salvação, bem como a centralidade de Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, enviado pelo Pai, feito homem no seio da Santíssima Virgem Maria por obra do Espírito Santo, para ser o nosso Salvador.
Morto e ressuscitado, ele está sempre presente na sua Igreja, particularmente nos sacramentos; ele é a fonte da fé, o modelo do agir cristão e o Mestre da nossa oração.”
Introdução
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Deus criou o ser humano a Sua Imagem e Semelhança, para que livremente, nós também amemos como Ele ama, e possamos participar da Sua Glória. A realização do ser humano se dá através da nossa correspondência ao Projeto de Deus, que se apresenta a nós na Ordem estabelecida por Ele mesmo na Criação. Desta forma, o Homem e a Mulher tornam-se colaboradores de Deus, e imitando o Seu Amor no matrimônio, de uma maneira livre, total, fiel e fecunda, são ícone do mais Glorioso matrimônio, que se dará entre Nosso Senhor e a Sua Santa Igreja no Céu. O saudoso Papa João Paulo II, ao desenvolver a sua brilhante “Teologia do Corpo”, nos mostra a imensa dignidade da nossa carne, criada, assumida e remida por Deus, chamada a Ressuscitar no Juízo Final, a exemplo de Nosso Senhor e Nossa Santíssima Mãe. A abordagem do Homem e da Mulher a partir da Criação de Deus revela a nossa altíssima dignidade, em contraposição as distorções que a sociedade tem nos apresentado nos nossos tempos.